Querido diário
O fim de semana teve altos e baixos.
Fizemos tudo o que estava planeado.
Noite de póker, aniversário, trial e passeio de Jeep.
Correu tudo bem até ao fim de domingo.
Tive um arrufo com o marido. Chorei baba e ranho (como é meu apanágio) e finalmente consegui lhe dizer que achava que andava deprimida! Que não tinha vontade de falar. Que não tinha vontade de fazer nada. Que tinha a sensação que tinha um grito constante preso à minha garganta e que só tinha vontade de o soltar. Que andava todo o dia triste e mal-humorada, mas que mal chegava a casa disfarçava e mostrava a minha melhor cara.
Nota: Não sei porquê mas esta parte do texto desapareceu:
Que toda a gente me via como uma mulher forte. Que eu tomava conta de toda a gente, mas que às vezes também precisava que tomassem conta de mim! Que calava quando fazem algo de que não gosto, seja por palavras ou gestos. Que acumulava, guardava tudo para mim, nunca explodia! Que punha os sentimentos das outras pessoas à frente dos meus. Que achava que não valorizavam o que faço.
Diz o C. que nunca se apercebeu de como eu me sentia. Perguntei-lhe se não tinha visto os sinais...o meu silencio...a minha falta de partilha...um certo irritamento disfarçado...Diz ele que não lê silencios. Porque não falei com ele abertamente, pergunta. Talvez a resposta seja porque não queria mostrar que não sou assim tão forte, porque a partir do momento que verbalizava perante ele o meu problema tornava-se real e não apenas fruto dos meus pensamentos.
Diz que vai me ajudar a superar este problema, para falar mais com ele, para me abrir.
Vamos ver. O futuro dirá!