Um homem chamado Ove
Eram 2h30m quando fechei o tablet e desliguei a luz.
Nas últimas 30 páginas as lágrimas caiam-me pelo rosto descontroladamente!
Não consegui parar de ler "Um homem chamado Ove", de Fredrik Backman!
Se quiserem espreitar o livro podem sempre descarrega-lo aqui "Um homem chamado Ove".
Sinopse:
Sucesso de vendas na Suécia, uma história divertida e emocionante sobre como uma única pessoa pode mudar a vida de outras e ter sua própria vida mudada por elas.
Ove tem cinquenta e nove anos e não gosta muito das pessoas. Afinal, hoje em dia ninguém mais sabe trocar um pneu, escrever à mão ou usar uma chave de fenda.
Ninguém mais quer trabalhar e assumir responsabilidades. Todo mundo é jovem, usa calça justa e só quer saber de internet. Para Ove, uma sociedade em que tudo se resume a computadores e café instantâneo só pode dececiona-lo.
Como se isso não bastasse, a única pessoa que ele amava faleceu. Sem sua esposa, a vida de Ove perdeu a cor e o sentido. Meses depois, ele toma uma decisão: vai dar fim à própria vida. No entanto, cada uma de suas tentativas é frustrada por algum vizinho incompetente que precisa de ajuda. Mas, quando uma estranha família se muda para a casa ao lado, Ove aos poucos passa a encarar o mundo de outra forma.
Um romance comovente que mostra como amor e bondade podem ser encontrados nos lugares mais inesperados.
É realmente um bonito romance e uma prova em como vivemos por vezes tão embrenhados nas nossas rotinas diárias que nos esquecemos de viver, no real sentido da palavra!
Aqui vos deixo um extrato que me tocou particularmente:
A morte é algo bastante notável. As pessoas vivem a vida inteira como se ela não existisse e, no entanto, ela é um dos maiores motivos para se viver a maior parte do tempo. Alguns de nós ficam já desde cedo tão cientes da sua existência que vivemos com mais intensidade, mais teimosia, mais fúria. Outros precisam da sua presença constante para ao menos se dar conta de como é a vida. Alguns ficam tão ocupados com ela que sentam na sala de espera muito antes de ela ter anunciado sua chegada. Nós a tememos, e mesmo assim a maioria de nós tem mais medo que ela atinja outra pessoa do que a nós mesmos. Porque o maior medo com relação à morte é sempre que ela vá passar batida por nós. E nos deixar sozinhos. As pessoas sempre diziam que Ove era “amargo”. Mas ele não era amargo, porra. Ele só não ficava andando por aí sorrindo o tempo todo. Tinham de tratá-lo como um criminoso só por causa disso? Ove realmente achava que não. Mas existe algo que se quebra dentro de alguém quando enterra a única pessoa que o entendia. Não há tempo que cure esse tipo de ferida. E o tempo é algo notável. A maioria de nós vive só para o que está diante de nós. Alguns dias, algumas semanas, alguns anos. Um dos momentos mais angustiantes na vida de qualquer pessoa é provavelmente o dia em que se percebe ter chegado a uma idade em que há mais tempo olhando para trás do que para a frente. E, quando o tempo não está mais diante da gente, é preciso encontrar outras coisas pelas quais se possa viver. As memórias, talvez. As tardes ao sol com a mão de alguém apertada contra a sua. O perfume de canteiros recém-floridos. Domingos num café. Até netos. Encontra-se um jeito de viver para o futuro de outra pessoa. E não é que Ove também tenha morrido quando Sonja o deixou. Ele só parou de viver. A tristeza é algo notável.