Mãe também erra
Este fim de semana errei enquanto mãe!
Eu confesso e admito que não agi bem!
Tudo começou assim:
O Mini Me tinha este fim de semana um acampamento de preparação para o acampamento das Margaridas que vai ocorrer nas férias do Carnaval.
Estava entusiasmado.
Fizemos a mochila e eu e o pai levamo-lo á sede as 21h de sexta.
Eram 22h o chefe ligou-nos...o Mini Me estava a queixar-se de dores de barriga e enjoos!
Falei com o ele e tentei acalmá-lo. Eram 22.30h voltaram a ligar. O Mini Me estava a chorar, que estava cheio de dores! Não conseguir resistir àquela vozinha que chorava e que se queixava!
Contra a vontade do pai lá fomos buscá-lo! Perguntámos-lhe o que se passava. Ele só dizia que lhe doía muito a barriga.
Chegamos a casa deitei-o, e ele já sem dor de barriga, voltei a perguntar-lhe o que se tinha passado. Porque estava a inventar uma dor de barriga! Lá me contou que os colegas lhe tinham dito que o íam praxar. E ele ficou com receio, com medo do que lhe pudessem fazer!
Eu já devia conhecer o meu filho! Eu já devia saber que estas dores de barriga são como ataques de ansiedade. Que havia algo por detrás desta dor súbita!
O pai estava todo chateado porque sabia que aquela dor era imaginária, e que se ele tinha tomado a decisão de ir para o acampamento tinha que lá continuar e enfrentar o que surgisse!
Sei que ele está cheio de razão. E o Mini Me sabe que ligando-me eu cedo à pressão. Sou fraca!
Passei a noite a remoer, mal preguei olho!
Não posso deixar que o meu filho desista daquilo que quer só porque lhe surgem obstáculos pela frente! Tem de os enfrentar e ultrapassa-los! Não o quero educar para ser um desistente!
Perguntei ao chefe se de manhã podia levar o Mini Me para o acampamento. Disseram que sim.
Acordei-o cedo, tive uma conversa franca com ele.
Disse-lhe que eu tinha errado ao ceder e ir buscá-lo. Que eu já devia saber que por detrás daquela dor de barriga havia algo e que devia ter falado logo com ele e tentado perceber o que se estava a passar. Que ele devia ter sido mais honesto connosco, que compreendia que assumir que se está com medo não é fácil mas se ele não fosse sincero com os pais era mais difcil ajudá-lo e orientá-lo!
Que não podia desistir daquilo que gostava e que queria quando lhe surgiam obstáculos, por mais tenebrosos que lhe possam parecer! Não podia ser desistente, porque quem não realiza os seus objetivos torna-se um infeliz!
Se ele queria muito ir às Margaridas tinha que tomar uma decisão! Ou ficava em casa com medo de algo imaginário ou se levantava, equipava e ía ter com os amigos.
Disse-me que queria ir para o acampamento. Fiquei feliz com a sua escolha!
Durante o dia de sábado andei ansiosa para saber como ele estava, mas não liguei. Se acontecesse outro episódio os chefes iriam me telefonar!
No domingo antes do almoço fui buscá-lo e vinha todo contente. Cansado mas feliz!
Diz que aprendeu uma lição e que vai ser mais sincero com o que está a sentir!
Quando vinhamos no carro perguntou-me se eu sabia a diferença entre uma pessoa corajosa e um medricas!
Respondeu que tanto o corajoso como o medricas têm medo, mas o corajoso enfrenta esses seus medos!
Acho que este episódio foi numa lição para ambos!