"O Jogo do Anjo", de Carlos Ruiz Zafón
A Sra. D. Magda do blog Stone Art propôs no inicio de março que lesse-mos "O Jogo do Anjo" em conjunto, e as que não recusaram um convite tão fantástico, eu, a Pandora, do Blog Estórias na Caixa da Pandora, a JP do Blog O Mundo pela minha lente, a M* do blog Um Mar de Pensamentos , a Nathy do Blog Desabafos da Nathy e a Just do Blog Just Smile, (espero não me ter esquecido de ninguém!) ficaram hoje de dar a sua opinião sobre o livro. Aqui vai a minha!
O Jogo do Anjo
Edição/reimpressão:2011
Páginas: 576
Sinopse
Um escritor nunca esquece a primeira vez em que aceita algumas moedas ou um elogio em troca de uma história. Nunca esquece a primeira vez em que sente o doce veneno da vaidade no sangue e começa a acreditar que, se conseguir disfarçar sua falta de talento, o sonho da literatura será capaz de garantir um teto sobre sua cabeça, um prato quente no final do dia e aquilo que mais deseja: seu nome impresso num miserável pedaço de papel que certamente vai viver mais do que ele. Um escritor está condenado a recordar esse momento porque, a partir daí, ele está perdido e sua alma já tem um preço.
Assim começa O Jogo do Anjo, livro em que o catalão Carlos Ruiz Zafón explora novos ângulos da cidade onde ambientou A Sombra do Vento, sucesso que já ultrapassou a marca dos 10 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo desde o seu lançamento, em 2001.
O protagonista e narrador do romance é David Martín, um jovem escritor que vive em Barcelona na década de 20. Aos 28 anos, desiludido no amor e na vida profissional e gravemente doente, o escritor David vive sozinho num casarão em ruínas. É quando surge Andreas Corelli, um estrangeiro que se diz editor de livros. Sua origem exata é um mistério, mas sua fala é suave e sedutora. Ele promete a David muito dinheiro, e sua simples aparição parece devolver a saúde ao escritor. Contudo, o que ele pede em troca não é pouco. E o preço real dessa encomenda é o que David precisará descobrir.
O Jogo do Anjo traz alguns dos personagens de A Sombra do Vento. No entanto, de acordo com o autor, o livro não é uma continuação de sua obra anterior, mas sim uma segunda investida em uma narrativa “centrada em um mesmo universo literário. É como uma caixinha chinesa, um labirinto de ficção em que há quatro portas de entrada”.
Com um estilo deslumbrante e impecável precisão narrativa, o autor de A Sombra do Vento transporta-nos de novo à Barcelona de o Cemitério dos Livros Esquecidos para nos oferecer uma aventura de intriga, romance e tragédia, através de um labirinto de segredos, onde o encantamento dos livros, a paixão e a amizade se conjugam num romance magistral.
A minha opinião:
Esta é uma história macabra, que me prendeu do início ao fim, que me fez voltar a Barcelona, agora dos anos 20, ao Cemitério dos Livros Esquecidos e à Livraria Sempere.
A estrela deste romance é o David Martin, jornalista fracassado que recebe uma oferta de uma editora para escrever uma série de contos com o título “A Cidade dos Malditos”, mas com a condição de usar o pseudónimo de “Ignatius”. Entretanto conhece o enigmático Andreas Corelli, mais tarde referenciado como o “Patrão” por David, que lhe propõe escrever um livro capaz de mudar os caminhos da história, uma nova religião. A partir do momento em que aceita vê-se envolvido num jogo misterioso e muito perigoso.
Ao longo do livro, David vê-se envolvido numa série de mal entendidos e torna-se no principal suspeito de diversos crimes.
Outra personagem que achei fascinante foi a da Isabella, uma rapariga de 17 anos, com uma personalidade forte e marcante, sarcástica e irónica, extremamente peculiar para os anos 20. A relação dela com David, a cumplicidade e a amizade, são um dos pontos fortes deste romance!
É um romance cheio de suspense, amores, amizades, traições, mistérios, deveres, segredos, personagens misteriosas, desgostos, desgraças, maldições, ganância e claro esperança por um futuro melhor.
A história de David foi-me envolvendo a cada página e confesso, a partir da página 300, não consegui parar de ler, tinha que saber quem era aquela personagem, o “Patrão”, que mistério era aquele, que se repetia uma e outra vez ao longo dos tempos!
E foi aí, quase a chegar ao final, que fiquei com aquela sensação de amargo de boca, de insatisfação, porque aquele não era o final que tinha imaginado! Aquele final era demasiado sobrenatural, e eu estava à espera de algo mais realista, um final obscuro claro, mas um final mais humano para o David Martin, pois o Zafón não foi amigo dele ao dar-lhe a vida eterna!
Mas no geral, Carlos Zafón, voltou a surpreender-me e fiquei afeiçoada à personagem de David Martin do princípio até ao final. É realmente um daqueles livros que não sossegamos enquanto não o terminamos!