Alzheimer...
...esse palavrão que tanto me assusta!
Há muito que a Doença de Alzheimer, que é a forma mais comum de Demência, me assusta!
E porquê?
Por ter tido uma pessoa da familia com Demência Semântica e que rapidamente se transformou em Alzheimer, por andar sempre a esquecer-me de coisas, andar sempre com dificuldades em me lembrar de certas palavras, e por isso com dificuldade em ter um discurso coerente e fluido, a não conseguir me lembrar de muito do meu passado, a não conseguir reproduzir uma conversa tida no dia anterior, quando as conversas são longas o meu cerebro desliga, e por muitas outras pequenas coisas.
Afinal tenho apenas 51 anos, sou muito nova para este tipo de doença (apesar da pessoa mais nova diagnosticada com Alzheimer ter 17 anos!), mas a perda de memória é um dos sintomas principais de Demência.
Por tudo isso e mais um pouco, resolvi ir tirar estes macaquinhos do meu sotão!
Não existe um exame específico para fazer o diagnóstico da Doença de Alzheimer ou para a maioria das outras formas de Demência. Os médicos utilizam vários exames e avaliações para determinar se os sintomas se encaixam em certos critérios e para excluir outras causas possíveis para esses sintomas.
Com base nesta informação marquei uma consulta para realizar testes de função cognitiva, que englobam 4 áreas:
- Área da memória: Memória não verbal, memória auditiva em curto prazo, memória em curto prazo, denominação, memória visual em curto prazo, memória de trabalho e memória contextual..
- Área da atenção: Atenção dividida, enfoque, inibição e atualização.
- Área da percepção: Percepção espacial, rastreio visual, percepção visual e estimação.
- Área do Raciocínio: Velocidade do processamento, planeamento e recontextualização.
Numa 1.º fase o médico foi fazendo perguntas sobre a minha vida, como era o meu dia a dia, como eu era no trabalho, como eu era na vida familiar, se dormia bem, se fazia exercicio fisico, a minha recordação mais antiga, o ultimo filme que vi, em que momentos tinha mais dificuldade em me lembrar do vocabulário, etc, etc.
Numa 2.ª fase fiz os testes de função cognitiva, uma bateria de testes para avaliar a minha memória e atenção e raciocínio. É interessante este tipo de testes e permite conhecer-nos um pouco melhor.
Quanto ao resultado....
Bem, afinal e felizmente não há nenhum problema comigo!
O que eu tenho (e devo ter tido sempre) é um pouco de décit de atenção associada a uma memória a curto e longo prazo um pouco deficitária. Mas tudo isto tem a ver com a minha "facilidade" para desligar quando os assuntos/situações não me interessam.
Se desligo não guardo essas memórias, se não guardo essas memórias é como se essas vivências nunca tivessem existido!
Fiquei mais descansada e também porque noto que quando me sinto mais cansada tenho essa tendência para ter dificuldade em me expressar, faltando-me o vocabulário e sai tudo a "o coiso" e "a coisa" palavra sim palavra não!
Aconselhou-me a fazer sudokus e palavras cruzadas pois estimulam o raciocínio permitindo uma performance melhor nas tarefas de memória, atenção e raciocínio.